domingo, 25 de novembro de 2007

Por Terras da Martaínha - 25 de Novembro

A estreia do Passeio TT "Por Terras da Martaínha*", em Penedono, juntou perto de 100 viaturas, ou seja, o limite imposto, no domingo, dia 25 de Novembro. Um excelente arranque desta iniciativa, comandada pelo Grupo Motard de Penedono, que esteve sobretudo centrada na castanha, num dia em que a região certamente cativou admiradores.
Estreia esgotada
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Se as amendoeiras em flor são um chamariz nalgumas regiões do país, Penedono bem pode começar a promover os "castanheiros em fruto". As cores das folhas dos castanheiros pintam esta região nesta altura de uma beleza que salta à vista. Se aliarmos isso à gastronomia envolvendo a castanha, o quadro só pode ser ideal.
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Este foi o cenário que recebeu, em números redondos, os 40 jipes e as 60 motos (40 eram quads) que esgotaram as inscrições e se aventuraram neste passeio ("rota" seria o termo mais adequado pela dificuldade) que estava inserido no programa Feira das Colheitas, da responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira, instituição que foi possível conhecer, aquando da paragem de "reabastecimento" a meio da ronda matutina.
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A manhã mostrou-se soalheira mas fria pelo intenso vento gélido, marcando o primeiro domingo depois dos primeiros dias de chuva deste Inverno.
Com percursos fitados entrecruzados mas com totais diferentes (65 km para os jipes e os 80 km para as motos), a etapa madrugadora acabou por ser marcada pela companhia dos castanheiros e por um trajecto sobretudo rolante.
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Os cerca de 35 quilómetros matinais para os jipes, depois da partida de Penedono, seguiam por Granja, Penela da Beira e Trevões, com o almoço marcado para junto da Capela de São Paio, sendo em boa altura mudado para a Junta de Freguesia de Trevões, tal a indelicadeza das condições atmosféricas.
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A lama ainda não apareceu em força e surpreendeu o facto de quase não se registarem paragens, apesar do elevado número de participantes. Não fosse uma zona onde um riacho lançava um desafio lamacento e a manhã teria passado a voar. Digna de nota ainda uma picada, só para motos, que já perto Capela de São Paio prometia também bons momentos para fechar a primeira parte mas o vento gélido e forte obrigou mesmo a rumar rapidinho em direcção a outras paragens, onde aguardava agora o almoço. À tarde perdeu-se a companhia das cores quentes dos castanheiros mas ganhou-se nas dificuldades do percurso que de Trevões passou por Valongo dos Azeites, Pereiros, Souto, Arcas, pisando assim o vizinho concelho de São João da Pesqueira, finalizando na pista trialeira em Penedono, totalizando perto dos 30 quilómetros, com alguns pontos onde um surpreendente pó marcou presença. Mesmo com mais desafios, as zonas entre muros apertadas, uns breves cursos de água e algumas picadas ligeiras a merecer atenção não eram suficientes para abrandar o ritmo "voador", com a caravana a parar sobretudo com as imprevistas peripécias de alguns participantes mais "impetuosos".
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Já perto do final, pouco depois do rio Torto, que com umas adaptações bem podia ter sido melhor aproveitado, aparece então o prato forte do percurso vespertino, uma íngreme picada, comprida e muito selectiva.>
Foi já com a luz a escassear que o grosso da coluna percorreu os últimos quilómetros, com o castelo à vista, rumo a Penedono onde a pista de trial construída reuniu muito público, em especial junto a um "poço" que estava no ponto ideal de esforço para a maioria dos mais aventureiros. Não estava fácil mas não era intransponível, com as conquistas a serem devidamente celebradas pela audiência. O dia terminou ainda com o lanche ajantarado onde voltaram as castanhas, ali mesmo ao lado, na sede da organização, o Grupo Motard de Penedono.
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Há que dar os parabéns a este grupo por ter levantado este evento em tão pouco tempo mas que tem que limar algumas arestas e ir um pouco mais além para que em vez de se falar em um "bom" passeio, se possa falar em "muito bom" ou "excelente", como a região, pode dizer-se, pede e merece. Uma aposta mais forte nas vertentes culturais e gastronómicas, por exemplo, trazem frutos bem visíveis.
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PONTUAÇÃO (0-5):

PERCURSO TOTAL: 3
Zonas difíceis: 3
Passagens de água: 3
Paisagens: 4
Grau de dificuldade: 3
ORGANIZAÇÃO TOTAL: 3
Roteiro (Fitas+placas): 4
Apoio no terreno: 3
Bombeiros: 2.
Apoio médico: n.d.
Refeições: 3
Alojamento: n.d.
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Notas à organização:
1) Há que acabar com o vício de que, em Portugal, nada começa a horas. E menos de um quarto de hora de atraso deve ser, para já, uma meta.
2) Um “briefing”, uma conversa inicial com os participantes, é fundamental para lembrar o regulamento do evento e reforçar questões ambientais e de civismo.
3) Um percurso demasiado rolante pode trazer problemas, sobretudo quando os mais impacientes começam a procurar obstáculos não previsto o que pode não correr como esperado.
4) A mudança de local de uma refeição e o número de participantes não podem, só por si, justificar as dificuldades encontradas ao almoço. Já agora, num evento com a castanha como motivo, esta devia estar sempre presente na gastronomia.
5) Uma pista de trial deve estar bem marcada. Para além de indicar aos participantes o caminho, as marcações servem para que o público esteja em lugares seguros e não atrapalhando as viaturas.
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*NOTA INFORMATIVA: A Castanha Martaínha, segundo o Jardim Botânico da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) é originária de das zonas de Penedono, Sernancelhe e Trancoso, com as suas dimensões a variarem entre o grande e o muito grande e com um uso preferencial em doçaria e aperitivos, para além de ser consumida ao natural.
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Tema de fundo: THE UN-X-PECTED - "Estrada"


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