
A chuva tem andado arredia das paisagens portuguesas neste Inverno pelo que algum pó já era esperado nestes trilhos que, depois da concentração na Praça do Município de Nelas, levariam a caravana por Vilar Seco, Senhorim, Carvalhas, Póvoa de Luzianes, Folhadal e Lapa do Lobo antes de terminar a primeira parte com o almoço em Canas de Senhorim.
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A manhã estava recheada de paragens que, mais do que para retemperar forças com algum destaque para produtos da região, serviram sobretudo para dois dedos de conversa. Se na Associação Desportiva Recreativa e Cultural de Póvoa de Luzianes, já passado o meio-dia, motos e jipes já andavam em tempos diferentes, logo na primeira paragem, na Associação Cultural e Desportiva de Vilar Seco, pouco depois da partida, a caravana rolava quase em uníssono.

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Retomada a marcha, era servido agora o prato forte para quem procura emoções mais extremas, no percurso antes de chegar a Póvoa de Luzianes, com a comitiva a encontrar uma boa variedade de pisos e pequenas situações a recomendar atenção e deparar-se com a única passagem de água do dia, digna desse título.

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Pouco mais de meia hora depois de molhar as rodas era tempo de enfrentar uma "picada" a merecer "alternativa" cuja íngreme entrada causava as maiores dificuldades desta longa subida, com uma vista escondida para o Mondego, que acabou por servir de desculpa para uma paragem mais demorada para alguns.

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Tratado do almoço, o grosso da coluna devorou o pouco terreno que separa Canas de Senhorim de Nelas para chegar à sobremesa composta por duas pistas trialeiras independentes para jipes e motos, ambas com uma ou outra armadilha...

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Uma inclinada rampa antecedida de um pequeno lago acabava por ser, já na segunda metade do trajecto, um ponto de dificuldade especial quer pela água que limitava o ímpeto inicial, quer pelo piso que por estar solto ou já muito molhado limitava a tracção. Com um pouco de empenho (nuns casos e guincho noutros) lá se conseguia subir ao topo.

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Já perto do final do percurso uma vala (com um pouco de água) começou por se mostrar numa verdadeira armadilha impossível para os mais incautos, tal era agressividade de ângulos em tão curto terreno, mas que acabou por ser suavizada com a intervenção de uma retroescavadora mas mantendo-se, no entanto, fora do alcance de alguns.

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Está de parabéns o Moto Clube de Nelas e todos os envolvidos na organização deste evento, onde foi possível encontrar alguns pormenores de alto nível que em muito ultrapassaram algumas falhas de pormenor.
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PONTUAÇÃO CENTRALTT (0-5):
PERCURSO TOTAL: 4
Zonas difíceis: 3
Passagens de água: 3
Paisagens: 4
Grau de dificuldade: 3
ORGANIZAÇÃO TOTAL: 4
Atraso na partida: 2
Roteiro (fitas): 4
Apoio no terreno: 4
Bombeiros: 4
Apoio médico: n.d.
Refeições: 4
Alojamento: n.d.
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Notas à organização:
1) Depois de tantos quilómetros em andamento a zona de obstáculos perto do almoço deveria ter tido umas marcações mais reforçadas na sua entrada para que não passasse despercebida por alguns.
2) Com a partida do grosso da caravana após o almoço deveria de ter sido garantida a presença de alguém que desse indicações quanto ao caminho a seguir por terra para aqueles que ficaram para trás.
3) Os obstáculos numa pista de trial devem ser testados antes para garantir que não se perde tempo a compor as coisas à última da hora. Uma vala como a que foi criada na parte final é um excelente exemplo de como não se deve elaborar uma dificuldade. Há uma grande diferença entre o quase e o totalmente impossível.
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