domingo, 20 de maio de 2007

II Encontro TT Bioparque – 20 de Maio

Há muita gente com SUVs (traduzindo do inglês quer dizer Veículos Utilitários e Desportivos) que sonha em ir sujar as rodas mas que se acanha por temer em deixar mazelas na sua viatura.
Se é o seu caso, então perdeu uma excelente oportunidade ao não estar presente no segundo Passeio de Jipes "Por Encanto dos Sabores Antigos", uma organização do Bioparque, em colaboração com a RitualTTerra. Foi Domingo, dia 20 de Maio. Para este passeio TT turístico de 75 km só faltou mais gente e mais Sol...

Passeio do mais puro
O dia acordou mal disposto e assim ficou na maior parte dos 50 km matinais desta viagem com a base no Bioparque, Parque Florestal do Pisão, que fica na freguesia de Carvalhais, S. Pedro do Sul, Viseu, em plena região de Dão–Lafões. (Pode conhecer o local em www.bioparque.org).
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A primeira surpresa do dia foi mesmo o reduzido número de viaturas participantes, que se contava com os dedos de uma mão. Um resultado infeliz atribuível ao facto que este Domingo ser data religiosa destinada para a realização da Primeira Comunhão de muitas crianças, ponto reforçado por também ter sido o dia em que se decidiu o campeonato nacional primo divisionário de futebol em que as três principais equipas lutavam ainda pelo título. Um erro que esta organização não volta a cometer.
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Com um percurso de nível 1, este prometia ser um passeio TT turístico da mais pura forma, para toda a família, onde a história, a gastronomia, a natureza de uma zona, aliadas à diversão e à aventura, criam uma experiência total deveras enriquecedora. Prometia e foi o caso. E só faltou que o nevoeiro desaparecesse para que se pudesse apreciar todo o esplendor destas paragens.
Dado o “briefing” e posta a caravana em marcha, a primeira parte da manhã foi sobretudo rolante, com grande variedade de pisos, mas com as maiores atribulações anotadas no roteiro (road-book). A verdade é que, nesta parte, raramente foi necessário extremar os cuidados com a condução.
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Chegados já ao quilómetro 21, já na Serra da Gravia, o caso mudou ligeiramente de figura, com o trilho a pedir atenção, na navegação e na condução, durante os 8 km seguintes, altura em que se fez a paragem prevista em Valadares.
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De novo em marcha, a caravana conheceu (da comodidade de uma ponte) o rio Vouga e mais à frente admirou a queda de água, acrobacia do rio Varoso, pouco antes de encontrar o Vouga.
Atravessada a ponte do Cunhedo, o trilho levou a comitiva a conhecer um tesouro regional, o Mosteiro de São Cristóvão de Lafões, naturalmente com direito à segunda paragem do dia.
Quase dois quilómetros mais à frente, foi tempo de atravessar um curso de água, com o cuidado que o piso e as máquinas recomendavam, já bem perto de Santa Cruz da Trapa.Mais oito quilómetros sem grandes dificuldades, com passagem por Serrazes, e já estava encontrado o local para saborear a “Vitela à Manhouce”, uma forma de saborear a vitela de Lafões, num restaurante em São Pedro do Sul. Por esta altura, ficava-se com a sensação que se pudesse repetir o percurso, agora com visibilidade total, ninguém recusaria a oportunidade.
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Retemperados os espíritos era tempo de partir para a etapa vespertina de apenas 25 km, onde o passeio foi ainda mais “turístico” que “todo-o-terreno”. O ponto alto do roteiro da tarde, mesmo assim, foi uma “picada” ao quilómetro 14, depois de passar por Bouças e Trigal e com uma nota para apreciar a paisagem da Serra de Macário. Curiosamente foi precisamente alguns metros antes do declive maior que foi necessário colocar “no bom caminho” uma das viaturas participantes. Longa e com boa inclinação, a “picada” trouxe alguma adrenalina mas não colocou qualquer impedimento aos participantes que em breve já estavam rolando, agora com um Sol tímido à espreita, rumando em direcção ao Castro de Cárcoda. O local, de raízes celtas, levou os aventureiros a conhecer outros tempos, outras vidas. Há que lamentar, no entanto, o abandono notado que leva ao permitido avanço da vegetação que ameaça “enterrar” novamente este pedaço de história pré-nacional. Já agora, se me permitem, uma placa interpretativa no local não pareceria demasiado deslocada. A distância foi curta agora até ao Bioparque onde, ainda antes do lanche final, uma zona de diversão “radical” convidava, já sem as máquinas, os mais afoitos (e afoitas) de todas as idades para uma série de “dificuldades” e “acrobacias”, culminando as peripécias num “slide”. Um final em beleza e tal como prometido, às 18h30, o regresso a casa já era possível. Para finalizar uma palavra de ânimo para a organização (Bioparque) para que, malogrado o ligeiro desaire participativo, continue a apostar como tem feito neste conceito de todo-o-terreno, cuja oferta é parca no distrito e cuja qualidade geral neste caso está, claramente, alguns furos acima da média da região e entre as melhores do género do país.

PONTUAÇÃO (0-5):
PERCURSO TOTAL: 4
Dificuldades: 3
Passagens de Água: 3
Paisagens: 3
Grau de dificuldade: 1
ORGANIZAÇÃO TOTAL: 4
Roteiro (Road-book): 4
Apoio no terreno: 3
Bombeiros: 3
Apoio médico: n.d.
Refeições: 4
Alojamento: n.d.

Notas à organização:
1) É fundamental fazer uma escolha de dia acertada, afinal esta é uma das poucas coisas que uma organização pode mesmo controlar.
2) Um pequeno-almoço, por mais mínimo que possa ser, na parte inicial de qualquer passeio acaba sempre por ser uma boa ideia, servindo de boas-vindas sobretudo para quem esteve na estrada durante algum tempo para participar numa actividade.
3) Talvez o esforço para atrair novos públicos deve-se agora ser um ponto a explorar de forma ainda mais veemente.

O ViseuMais e a CentralTT gostariam de agradecer à RitualTTerra as facilidades dadas na obtenção de imagens.

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