sábado, 5 de maio de 2007

VII Cabril TT 2007 – 5 de Maio

A iniciativa da Casa do Povo de Cabril tem vindo a crescer e nesta sétima edição quase centena e meia de pessoas puderam desfrutar das belezas naturais do vale do Paiva e testar a resistência das suas máquinas logo desde início, nesta iniciativa que faz parte do calendário da FPTT (Federação Portuguesa de Todo-o-terreno Turístico).Duro… Durinho…

O primeiro fim-de-semana de Maio ficou marcado com mais uma edição do Cabril TT, este ano a realizar-se cerca de um mês mais cedo e mantendo o título de “Passeio Turístico Todo-o-terreno à descoberta do Vale do Paiva”. Mas as características do percurso contrariam o título de “passeio”. Este foi sim um “raide”.
O ponto de partida é Cabril, a freguesia mais a noroeste do concelho de Castro Daire, no distrito de Viseu, mas naturalmente esta aventura ultrapassou estas fronteiras, tendo por cenário envolvente três serras: São Macário, Freita e Montemuro. O Sol foi pontual e brindou-nos com a sua presença todo o dia, como previsto.
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Foi, no entanto, com perto de uma hora de atraso que a caravana (quase meia centena de jipes e cerca de uma trintena de motos, sendo uma dezena quads), se pôs a caminho da etapa matinal, que rondou os 26 km, segundo a organização, com 4 zonas a merecerem ter um caminho alternativo e uma pequena passagem de água. O trajecto estava fitado e marcava passagem pelas bandas de Alvarenga, Vilar Cerves, Fontinta e Pereiró, terminando a “manhã” na foz do rio Cabril.
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Logo nos primeiros quilómetros se encontrou uma extensão de características demasiado “trialeiras” para quem tinha acabado de arrancar mas houve um descanso prolongado na primeira dificuldade da manhã, numa picada selectiva, a subir, controlada pela organização em termos de segurança mas não limitando devidamente as viaturas que podiam tentar ou o número de tentativas. Pode parecer uma imposição excessiva mas a vontade é muita e é sabido que nem todas as máquinas estão preparadas para fazer tudo. O resultado é um atraso maior.O relógio já rondava o meio-dia e ainda estavam a chegar jipes ao Santuário do Senhor do Monte, lugar privilegiado pelas vistas, onde havia um “petisco ao ar livre”, um pouco tardio para ser considerado “mata-bicho”.
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De novo em marcha, tempo de fazer alguns quilómetros, na sua maioria “entalados” por entre eucaliptos. Eis que surge, logo após uma parte entre estreitos muros e debaixo de videiras, uma passagem de água, que quase não deu para molhar as rodas e onde uma dificuldade “improvisada” voltou a fazer parar a comitiva.
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Antes ainda do almoço, uma “picada” que no ano passado era a subir, era agora a descer em direcção ao alcatrão. Há que salientar ainda um episódio (de vários) que só mostra falta de civismo: um pneu furado faz encostar um participante. Quem o vai ajudar decide parar no meio do caminho, fazendo parar mais de metade dos participantes, já sob um sol abrasador, durante tanto tempo que até um carro “civil” teve de abrir caminho por entre a caravana em sentido inverso. Numa palavra (e acreditem que faço um esforço para me conter): lamentável.O almoço à beira rio, bem junto ao local onde o Cabril encontra o Paiva, acabou por ter gente a chegar por volta das três da tarde (hora e meia de atraso) mas o local, o repasto e o convívio compensaram.
Se o percurso da manhã foi… duro, dominado sobretudo por trilhos entre eucaliptos, muitos eucaliptos, em que era bastante comum encontrar pela frente ramos que recomendavam a redução de velocidade para poupar no material, o percurso da tarde foi… durinho, com mais pó mas, agora sim, com amplas vistas para o vale do Paiva.
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Embora a organização garantisse que eram só 16 km, pareceram bem mais, ainda por cima com mais de meia dúzia de zonas mais complicadas e uma mais curta passagem de água. O caminho passou pelas zonas de Meã, Meixiosa, Meitriz e Alto do Murouçal, acabando numa pista trialeira em Ameal.
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As notas dominantes da tarde foram o maior número de paisagens arrebatadoras, a grande variedade de pisos, (dominando o xisto e sem ter um estradão, se bem que estas zonas montanhosas não são local ideal para os encontrar) mas também a passagem por algumas zonas onde o fogo deixou marcas. Mais uma vez, a falta de civismo de uns e alguns “azares” de outros (não chegaram ao fim três TT e duas motos), acabaram por atrasar a comitiva cujo grosso da coluna acabaria por chegar à pista de trial à hora marcada para o jantar.A pista artificial apresentava um pouco de tudo mas não conteve nenhum ponto intransponível aos que foram mais afoitos, tendo algum público presente tido a possibilidade de alguns bons momentos, fechando em beleza o percurso e antecedendo o retemperador convívio final.

Para fechar, estão de parabéns a organização (a Casa do Povo de Cabril) e todas as entidades que colaboraram neste evento, com destaque para a Associação Juvenil de Cabril e os Bombeiros Voluntários de Castro Daire, que estiveram onde deviam estar, podendo ter a certeza de que contribuíram para que seja possível dizer que esta é uma organização capaz de lutar para estar entre as dez melhores da região Norte.PONTUAÇÃO (0-5):
PERCURSO TOTAL: 3
Dificuldades: 4
Passagens de Água: 1
Paisagens: 4
Grau de dificuldade: 4
ORGANIZAÇÃO TOTAL: 4
Roteiro (Fitas): 4
Apoio no terreno: 4
Bombeiros: 3
Apoio médico: n.d.
Refeições: 4
Alojamento: n.d.

Notas à organização:
1) Visto que num percurso deste género vai haver sempre zonas em que a caravana pára, sendo facilmente alcançada, arrancar à hora prevista para os que estão presentes é sempre o melhor.
2) Um “briefing” é fundamental para lembrar o regulamento do evento e reforçar questões ambientais e de civismo. E já agora, coloquem apenas um horário para a sua realização.
3) Um roteiro (road-book), sobretudo aqueles que incluem mais do que simplesmente as direcções a seguir, acaba por complementar muito positivamente um passeio turístico todo-o-terreno ou uma rota. Num raide, posso concordar que possa passar para um segundo plano.
4) Na pista de trial, dado que há gente que, por exemplo, não reconhece uma zona de cruzamento de eixos e pensa que é para só para evitar os buracos, há que orientá-los no sentido de viver em pleno a experiência.
5) Visto que a entrada nesta pista de trial só tem um acesso de um só sentido, há que coordenar a chegada dos participantes para que o caminho esteja sempre desimpedido para qualquer eventualidade.

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Tema de fundo: ON A PLAIN - "Last Tear"


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