sábado, 19 de maio de 2007

VII Viagem ao Ardena – 19 de Maio

Mais de uma trintena de jipes que procurava sarilhos... encontrou-os.
Foi a vila de Nespereira, no concelho de Cinfães, que viu sair para os trilhos a sétima edição do Passeio Todo Terreno Turístico “Viagem ao Ardena” numa iniciativa integrada no programa do “Maio Cultural” e promovida pela Junta de Freguesia de Nespereira.
Feitas as contas, o Ardena é só uma breve desculpa...

Um verdadeiro raide
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Com um céu azul e apenas quatro motos na comitiva, esta “Viagem ao Ardena” avançou depois do pequeno-almoço no ponto de partida, na Praça do Mercado, em Nespereira, no concelho de Cinfães, ao lado de Resende, na margem Sul do Douro, na fronteira Noroeste do distrito de Viseu.
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Pela frente na etapa matinal, mais de 20 km de terreno repleto de complicações, em que o roteiro fitado passava por Vista Alegre, Aziboso e terminava em Carvalhais.
Mal a caravana pisou nos primeiros metros de terra e já apareciam as dificuldades...
Logo aqui se percebeu que estes participantes entendiam o espírito destas aventuras, sendo eles próprios a reclamar para que as viaturas paradas não atrapalhassem o avanço de todos e fazendo soar as buzinas sempre que alguém abusava no número de tentativas, dando assim apoio à organização que só se acabava por impor nos casos mais extremos. Exemplar.
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Depois do primeiro salto e de um pequeno percurso de dificuldades surge a primeira “picada” selectiva, a dois tempos, com a sua espectacularidade diminuída por decorrer numa encosta pontilhada por restos carbonizados de árvores.
Logo aqui se notou que se não fosse a entreajuda dos participantes tudo se iria tornar muito mais complicado... Estava prometido um verdadeiro raide, com um traçado de nível 3, numa tabela de dificuldade de 4 escalões, e depois do início auspicioso... confirmou-se.
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A segunda parte da manhã pretendia ser mais rolante, sobretudo num trilho estreito e repleto de vegetação, numa zona deliciosa e abusivamente repleta, em que todo o cuidado era recomendado porque as dificuldades, essas, estavam à espreita. Foi precisamente neste troço que um pedregulho fez das suas e uma barra de direcção vai à vida. Sem espaço para sair do caminho, boa parte da caravana pára. No entanto, em boa hora, alguém prevenido traz outra peça e há que substituir, já com a banda sonora proporcionada pelos que não procuraram saber o porquê da paragem.
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De novo em marcha, já não está muito longe o local de almoço mas para muitos ainda vai demorar algum tempo para descobrir esta informação. A razão é um proprietário que decide impedir a passagem a parte da comitiva, argumentando que não foi contactado para ceder passagem. Situação sanada rapidamente pela organização, até porque a passagem já teria sido combinada com um familiar, eis que o grupo faz os últimos quilómetros para o almoço que assim se fez em três “entradas”.
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Ainda não estavam acomodados os estômagos da totalidade dos cerca de 80 participantes e já partiam os primeiros para os 25 km da tarde. O caminho saiu de Carvalhais, com o trajecto a seguir por Cavadas, Vila Viçosa, Espiunca, Nicho e por Nespereira, até à pista final perto de Vista Alegre.
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Não andava longe a marca do primeiro quilómetro quando uma “picada” testou as máquinas e condutores e se revelou intransponível, mas não por falta de tentativas, algumas das quais “resvalavam” para a necessidade de uma ajuda mais personalizada.O caminho foi continuando com a mesma variedade de cenários e de pisos (por vezes necessitando maior cuidado) que quebravam qualquer monotonia, mas sempre com uma natureza rolante, descendo agora em direcção ao rio Ardena.
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Cerca de uma centena de metros no leito do rio, com as naturais dificuldades do terreno e uma zona com maior profundidade não deram muito que fazer, pelo menos ao material de apoio ali colocado. Mais complicado era mesmo deixar o curso do Ardena.Era tempo agora de rolar mais um pouco e voltar a subir com mais uma dupla de “picadas” seguidas em que apenas um pouco mais de inexperiência ou uma leitura menos acertada do trilho a seguir colocava alguns participantes numa posição mais incómoda e necessitando de mais uma “mão amiga”.
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Depois de mais uns quilómetros a rolar, o dia no terreno terminou na pista de trial artificial com bastante público, para quem as barreiras colocadas, em demasiados casos, não foram respeitadas. A pista em si estava recheadas com o pormenores essenciais mas o destaque vai para um “buraco” alagado no final que só foi ultrapassado por uma das primeiras viaturas, servindo depois apenas para destruir outra cujo esforço foi longe de mais, tendo ainda colocado, acidentalmente, duas vidas em risco, não sendo compreensíveis os risos da plateia.
O dia terminou com um jantar onde não podia faltar a carne arouquesa.
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PONTUAÇÃO (0-5):
PERCURSO TOTAL: 4
Dificuldades: 4
Passagens de Água: 3
Paisagens: 3
Grau de dificuldade: 4
ORGANIZAÇÃO TOTAL: 3
Roteiro (Fitas): 3
Apoio no terreno: 2
Bombeiros: 3
Apoio médico: n.d.
Refeições: 4
Alojamento: n.d.
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Notas à organização:
1) Um “briefing” é fundamental.
2) O apoio no terreno, seja na maior parte das zonas mais complicadas onde tem várias funções, seja em todos os cruzamentos com estradas (especialmente num roteiro fitado) ou simplesmente indicando quando os participantes devem partir, revela a superior qualidade duma organização.
3) Um “passeio turístico” não é um “raide” nem uma “rota”. Neste caso, não querendo usar o termo “raide”, então “Viagem TT ao Ardena” poderia ser o suficientemente enigmática para que potenciais participantes terem que perguntar se as suas máquinas estão ou não à altura do desafio.
4) Uma pista de trial não um “demolition derby”. Cabe à organização refrear os impulsos de alguns, especialmente quando exacerbada com a presença de público. Não é popular mas é fundamental.
5) Tal como numa pista de velocidade, uma pista de trial é criada para garantir a segurança dos participantes e da assistência, preocupação que deve ser uma constante da organização.

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Tema de fundo: VERNIZ - "Farto-me de"

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