quinta-feira, 1 de maio de 2008

III Lamas TT : 27 de Abril

Mais uma vez o LamasTT encheu as medidas dos que procuram os trilhos mais duros. Pelo terceiro ano, a ARCAS (Associação Recreativa Cultural e de Acção Social de Lamas e Ferreira de Aves) trouxe a aventura do Todo Terreno a esta localidade na freguesia de Ferreira de Aves, concelho de Sátão, com 180 viaturas a marcarem presença no domingo, dia 27 de Abril, num dia em que, mais uma vez, Lamas ficou com a fama e os participantes com o proveito.Sua Majestade... o Vouga
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O Sol esteve quase sempre a acompanhar os 110 jipes e as 70 motos (com domínio para as moto 4) numa jornada cujo trajecto assinalado com fitas e setas somava 70 quilómetros para eles e com elas a terem direito a umas "escapadelas" extra, aumentando a sua ronda para os três dígitos.
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A manhã foi de "raide" [passeio, rota, raide, trial] com o percurso, depois da partida de Lamas, a passar por Foz, Corgos, Duas Igrejas, Quinta das Marras, Quinta do Golão, Quinta da Tapada, Quinta de Torjes, Vila Boa, Quinta do Trabulo, Quintas do Vouga, Águas Boas, Aldeia Nova, Pereira, Outeiro, São Matias da Serra e Veiga antes de regressar a Lamas para o almoço.Apesar das chuvas da última semana os trilhos rapidamente secaram com o pó a dominar estes duros caminhos, na sua maioria florestais, que, no entanto, foram apresentando de vez em quando algumas pequenas zonas com lamas ou pequenos riachos, quebrando assim qualquer rotina.
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Logo durante a primeira hora deste percurso já se tinha atravessado por duas vezes o Rio Vouga, cujo curso se mostrava com bastante vitalidade. A primeira passagem, com poldras, mostrou-se um pouco extensa mas pouco profunda, tendo causado sobretudo alguns problemas para as motos. A segunda, com patamares entre árvores, apresentava uma curta zona final que surpreendeu pela sua profundidade. Tudo isto naturalmente levou a um atraso da caravana na chegada ao "reforço" na Quinta da Tapada. De novo em marcha, não tinha passado nem meia hora e novamente o Rio Vouga se apresentava com o seu maior desafio, com as motos a encontrem o seu caminho pela ponte de pedra e com o jipes mais afoitos a arriscarem-se no troço submerso mais comprido do dia. Seguindo a marcha, a comitiva completava agora mais meia hora de duros caminhos, marcados com mais duas curtas mas relativamente profundas oportunidades de voltar a molhar os rodados, quebrando assim os trilhos poeirentos antes de começar a subir rumo ao Santuário de São Matias da Serra.
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Estes eram agora tempos mais rolantes, com belas vistas sobre as paisagens da região e com a caravana a conquistar arduamente estas vias rodeadas de terrenos salpicados de graníticos pedregulhos, sendo por vezes aliciada por algumas pequenas brincadeiras que se apresentavam mesmo ao lado e encontrando, já na descida de retorno à base, uma zona onde a lama mostrava todo o seu domínio.Com a razão a repartir-se pela grande quantidade de quilómetros percorridos e pelo adiantado da hora, a maioria dos presentes optou por contornar os troços onde a lama mais complicava a passagem mas, mesmo assim, muitos guinchos viram interrompido o seu descanso para acudir aos casos mais difíceis.
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Quase meia hora depois era chegado o final da etapa matutina, era o regresso ao ponto de partida, em Lamas, para o farto almoço na sede da ARCAS, tendo já na mira a pista de obstáculos, o único prato da tarde. Com uma base natural acentuada nas características rochosas da região, a que foram somadas algumas rampas, a pista de obstáculos apresentou a sua maior dificuldade numa vala onde a água e a terra solta complicavam, até à beira da impossibilidade, qualquer tentativa de escalada.
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O público marcou presença em muito bom número com a atenção a centrar-se nas rampas mais complicadas mas que, mesmo assim, não quis perder o espectáculo que se foi desenvolvendo ao longo desta encosta que propunha alguns suaves pontos trialeiros naturais que mereciam no entanto alguma atenção dos pilotos na sua passagem.Depois de uma manhã onde reinou Sua Majestade o Rio Vouga, a jornada ficou concluída com uma tarde bem recheada e que terminaria com um porco no espeto já com a comitiva, desfalcada pelo adiantado da hora domingueira, regressada ao ponto de partida.
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Resta dar os parabéns à ARCAS - Associação Recreativa Cultural e de Acção Social de Lamas e Ferreira de Aves - pelo seu esforço organizativo que correspondeu às grandes expectativas criadas ao longo deste ano, fruto das diversas passagens pelos eventos que realizaram neste concelho.

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PONTUAÇÃO CENTRALTT (0-5):
PERCURSO TOTAL: 4
Zonas difíceis: 5
Passagens de água: 4
Paisagens: 4
Grau de dificuldade: 4
ORGANIZAÇÃO TOTAL: 4
Atraso na partida: 3
Roteiro (fitas+"roadbook"): 4
Apoio no terreno: 3
Bombeiros: 3
Apoio médico: n.d.
Refeições: 4
Alojamento: n.d.
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Notas à organização:
1) Todas as alternativas devem estar devidamente sinalizadas e, quando se trata de passagens de água, especialmente como as que foram propostas, o ideal seria a presença de um elemento da organização com as informações mais actualizadas sobre o caudal e a que altura chega nos veículos.

2) A presença visível da organização nos pontos mais complicados é fundamental, quanto mais não seja pela questão psicológica. A sua existência justifica-se ainda garantindo a fluidez do tráfego ou auxiliando algum veículo em dificuldades, etc., não devendo achar que são os outros participantes que vão ajudar.

3) Uma pista de obstáculos não deve ser tratado como um parque de diversões para as crianças, tendo que estar sempre sobre o controlo mínimo da organização. A entrada, o percurso e as tentativas dos participantes devem ser monitorizados, obrigando-os cumprir sobretudo numa fase inicial, pelo menos, os mais fundamentais elementos de segurança como a circulação num sentido único ou evitando ultrapassagens inapropriadas.

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